Você é a interpretação; a interpretação não pode ser quem escreveu ou falou. Quem escreveu tem uma experiência diferente da sua, outro ponto de vista. Quando falo, quando escrevo a palavra sol, muitas interpretações podem ser dadas a ela. Porque se alguém conhece o sol apenas de dentro de uma sala gelada – por meio de uma janela de vidro –, ao ouvir ou ao ler a palavra sol lembrará apenas de luminosidade. Se alguém é cego e viveu muito tempo no deserto, ao ouvir a palavra sol lembrará apenas de calor, e não de luminosidade. Assim, quem fala, tem de saber o conteúdo interior de quem ouve, para fazer com que as palavras ganhem a devida interpretação.
Edson Carmo
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