
Existem dois mundos: o mundo interior e o mundo exterior. O mundo interior está tentando realizar-se com as coisas do mundo exterior – e essa é toda a frustração humana. O mundo exterior nunca se identifica com o mundo interior, mas o mundo interior está sempre se identificando com o mundo exterior.
Olhando para o mundo exterior, o que se vê? O que se vê, são coisas com tamanhos e limitações! Olhando para o mundo interior, o que se vê? O que se vê, são desejos sem tamanhos e sem limitações!
Como o limitado pode preencher o ilimitado? Como o imperfeito pode satisfazer o perfeito? Como o passageiro pode permanecer ao lado do eterno?
Veja, o lado de dentro está tentando realiza-se com o lado de fora. Do lado de dentro está à idéia de um amor perfeito, mas do lado de fora está o “amor imperfeito”. Do lado de dentro se idealiza a paz, mas do lado de fora só estão às guerras. Do lado de dentro pensa-se em aprovação, mas do lado de fora se manifesta a reprovação.
A frustração é essa: o mundo interior está se iludindo com o mundo exterior, esse que é feito de pura ilusão, essa que não permite nenhuma realização.
Tudo no mundo exterior é feito de vinda e ida, tudo é passageiro – tudo tem o seu fim. Então para que se apegar, para que se identificar, para que fantasiar?
Edson Carmo