domingo, 7 de dezembro de 2008

DOIS TIPOS DE MEMÓRIA

Existem memórias com vida própria e memórias sem vida própria. As memórias sem vida própria não tem vontade alguma, são comparadas a objetos que não podem se mexer. Elas ficam imóveis nos seus lugares a espera de quem as manuseiem. Vou dar um exemplo: se desejo ir do meu apartamento à casa de um amigo, eu abro a caixa de memórias sem vida e lá encontro um mapa do itinerário que devo seguir. É da caixa das memórias sem vida própria que nos valemos para responder boa parte das questões que nos são propostas no dia-a-dia. Se a memória não estiver lá a coisa fica má... Estas memórias não deixam de ser importantes. Tem um grande valor. São essas as memórias que os médicos testam para ver se uma pessoa está sofrendo de amnésia ou de algum outro mal cerebral. O médico, como quem não quer nada, vai discretamente fazendo perguntas sobre relacionamentos, trabalho, moradia e etc. Se a pessoa não souber responder é porque está doente. Essas memórias são muito importantes, sem elas não poderíamos resolver os problemas da vida objetiva. Estaríamos sempre perdidos. Porém existem as memórias vivas, memórias que tem vontade própria. As memórias com vida própria, ao contrário das sem vida própria, não ficam quietas dentro de uma caixa. São como pássaros fora da gaiola, sempre em vôo. Você não precisa chamá-las que elas vêm espontaneamente. E vêm quando querem! Moram dentro de nós, mas não a dominamos. Andamos pela rua e, de repente, uma flor nos faz lembrar do cheiro e da maciez de quem amamos. Elas também são muito importantes, porque quando elas aparecem o corpo se emociona, ri, chora...

Edson Carmo

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