terça-feira, 15 de março de 2011

GUETO, O TIRO QUE SAIU PELA CULATRA!


O opressor é também o oprimido. Aquele que exclui, cai também na exclusão. Vejam, os ricos excluíram os pobres, e agora os pobres estão excluindo os ricos da tranqüilidade, do sossego e da segurança imperturbável.

Existe um pensamento muito comum na mente da nossa sociedade: o de excluir para se tornar importante. Então quando alguém se mostra o melhor, automaticamente o outro recebe a classificação de pior. Os ricos estão morando em bairros nobres, que foram feitos longe das favelas. Os ricos estão andando em seus carros particulares, enquanto os pobres estão andando em seus carros populares – os busões. Essa é a lei da exclusão que rege nossa sociedade e fomenta muitas formas de corrupção.

Os sábios se definem, e são importantes, pelo que afirmam. Mas os ignorantes se definem, fazem-se importantes, pelo que discriminam. Só que a discriminação, a exclusão tem um preço muito alto, e é esse preço que a sociedade está pagando, com lágrimas e sofrimento.

Perceba! A violência, a roubalheira, os homicídios, as drogas... Todas essas ciosas são pagamentos que a sociedade tem de fazer por causa da exclusão.

A coisa aconteceu basicamente assim: criaram um espaço de inclusão, e outro de exclusão. Criaram um grupo de incluídos, e outro de excluídos. A população cresceu, a aproximação entre eles se deu, mas essa aproximação aconteceu apenas fisicamente, e não economicamente, etc. Desse fenômeno surgiu a violência que atinge a todos. Todos estão sofrendo! Assim, a exclusão invadiu a inclusão, sem que houvesse real aproximação. Quem excluiu antes, agora está sendo excluído, porque não pode sair na rua, não pode andar com seu relógio, seu celular...

Que tolice, esse pensamento da sociedade – exclusão! Os excluídos, por serem excluídos, não morrem, eles permanecem vivos, crescendo e se organizando vingativamente para tomar aquilo que eles têm certeza que foi tirado deles.

Nosso sistema de educação precisa ser urgentemente reformulado. A exclusão não está mais sendo aceita. Vamos trabalhar para integração, pela distribuição, pela recuperação, reintegração, pela inclusão, pela Paz.

Só para dar uma desopilada quero dizer mais uma coisa. Por causa da idéia do “feio”, criou-se a exclusão, e essa exclusão diminuiu o espaço da natureza e também da qualidade de vida. Hoje, o vento não pode mais assanhar o cabelo, é feio! É feio até ter o cabelo pixaim! Então, se tem que arranjar a qualquer custo, o dinheiro da chapinha, do gel... Ora, quem faz moda pode até ser encarado como criativo, mas quem faz de tudo para andar na moda, pode se tornar no mínimo repetitivo e no máximo destrutivo.

Que sociedade é essa que criamos! Não se pode espirrar, tem que cultivar o corpo estranho no nariz. Não se pode arrotar, é preferível se entalar..., e assim por diante. Será anti-natural o espirro? Não! Mas é anti-social. É anti-natural o arroto? Não! Mas é anti-social. Na mente da nossa sociedade, o natural é menos importante que o assim chamado “social”. Enquanto isso, na natureza, longe do habitat e das etiquetas humanas, não há loucura, nem psiquiatras; não há máfia, nem policia; não há guerras, nem terrorismo...

Para nossa sobrevivência, temos que começar a pensar nisso.

Edson Carmo

6 comentários:

jair machado rodrigues disse...

Meu caríssimo amigo Edson, este post é claro como cristal para mim...esta nossa sociedade excluidora, onde os ricos se refugiam nas suas mansões, com seus ouros, mas que pena, não pode ostentar nas ruas...a ganância faz com que cada vez se queira ter mais, mais, mais... para meus filhos tudo do bom e do melhor, compras, compras, gastos sem fim, tudo para meus filhos; enquanto os filhos dos pobres nada, mas vivemos numa sociedade "capitalista" onde se tem o direito de adquirir "com meu suor", ás vezes as custas do empregado, mal pago, explorado...um salário mínimo é no mínimo ultrajante, comer, beber, água, luz, aluguel...mas não se pensa nisso, que o pouquinho que se ajudar na "vila" próxima do condomínio, evitará que aquelas crianças pobres "desejem", porque a mídia diz, o que o filho que mora no condomínio tem com facilidade, então cria-se o marginal...Caro Edson, gostei demais deste post. Devemos refletir, o que estamos fazendo, qual nossa contribuição para busca da tão sonhada PAZ SOCIAL ?
ps. Um imenso abraço e que Deus nos proteja, a todos.

Edson Carmo disse...

Meu caríssimo amigo Jair,

Você tem razão, é isso mesmo! Devemos refletir no que estamos fazendo e dar a nossa contribuição para busca da tão sonhada PAZ SOCIAL.

Grato por seu comentário que traz a todos reflexão e encorajamento.

Um imenso abraço e que Deus nos proteja, sempre.

Edson Carmo

Jeferson Cardoso disse...

Olá Edson!
A sua postagem é bem reflexiva, lembrei me de um versículo bíblico: “E o pó volte a terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu. Vaidade de vaidade, diz o pregador, tudo é vaidade.” (Eclesiastes 12: 7-8)
As pessoas esquecem que a vida é passageira. O que falta ao homem, ao mundo é a capacidade de respeitar, amar e perdoar.
Prazer em estar aqui!
“Para o legítimo sonhador não há sonho frustrado, mas sim sonho em curso” (Jefhcardoso)
Gostaria de lhe convidar para que comentasse o meu conto “Água benta bem gelada”. Ok?
Jefhcardoso do http://jefhcardoso.blogspot.com

Edson Carmo disse...

Querido amigo Jefh Cardoso,

Olá!

Seu comentário para mim é uma linda pregação.

Grato! Aceito seu convite sim. Vou lá.

Um grande abraço do amigo,

Edson Carmo

Jeferson Cardoso disse...

Edson, obrigado por seu cuidado em vir avisar! Tenha uma ótima viajem, um ótimo retorno, e sinta-se convidado a ler em meu blog quando puder. Grande abraço!

Jefhcardoso

Edson Carmo disse...

Querido amigo Jefh Cardoso,

Fiz um comentário em seu ultimo post. Estou seguindo seu blog...

Abraço do amigo,

Edson Carmo