sábado, 21 de novembro de 2009

NO AMOR NÃO HÁ EGO, PORQUE O AMOR LANÇA FORA O EGO.


Tudo que vem do EGO, pela própria natureza das coisas, é veneno. O EGO é o solo envenenado que contamina toda árvore, desde a raiz até o seu fruto. Se a árvore está plantada em tal solo, mesmo que ela produza uma bela maçã, esta estará envenenada. Se alguém diz lhe amar e o EGO estiver presente, então esse “amor” será possessivo, ele lhe aprisionará. Tal “amor” lutará, criará barreiras, cadeias, algemas, correntes... para que você não se afaste dele. Porque ele depende de você, ele é apenas uma dependência. Se alguém diz amar, mas tem EGO, então este “amor” professado será apenas um fingimento, porque este “amor” não será em nome de uma dádiva incondicional, mas em nome de uma necessidade pessoal. Quando o amor está presente, então o amante não estará preocupado se quem ele ama lhe ama. Seu amor é natural – assim como o fogo é quente. Mesmo que o objeto do seu amor não esteja presente, seu amor continuará quente. Se o amado está presente ou não, o amante continua igual, permanece o mesmo. Se houver mudança, então estará clara a existência do EGO e a ausência do amor. A flor exala o seu perfume, mesmo se não houver ninguém para apreciar, inalar. A flor oferece seu necta, mesmo que não haja abelhas e beija-flor.

Edson Carmo

8 comentários:

Eduardo Medeiros disse...

Amigo Edson, tudo bem?

Mais um excelente texto. Mas gostaria de perguntar a você, que com certeza, conhece mais psicologia do que eu: O problema estaria no ego ou no egoísmo? o ego não é exatamente o que somos de mais verdadeiro? sem as amarras das convenções sociais? Estou realmente perguntando e levantando a questão, pois sempre achei que na verdade, nosso ego é o que melhor reflete o que realmente somos. Evidentemente, o egoísmo é o ego que olha somente para si mesmo, e despreza o outro e faz do outro objeto de manipulação.

Mais uma vez, obrigado pelo selo, e pelo gesto carinhoso, que demonstra o quanto o seu ego é distituido de egoísmo.

abraços, amigo.

Edson Carmo disse...

Não, o Ego não é o que temos de verdadeiro, e sim o contrário. Ego e egoísmo são palavras substitutas para programa e execução.

Ismo é um sufixo utilizado em português para definir sistematizações, tanto sociais como religiosas, daí as palavras: budismo, partidarismo, fanatismo, capitalismo, parlamentarismo... Ismo está associado a sistema.

O Ego é o programa que a sociedade deu a você, o que ela fez de você. Você chegou aqui, você não era brasileiro, nem americano, nem protestante, nem católico, nem negro, nem branco, nem pobre, nem rico... Você não tinha nem mesmo nome! Aí a sociedade lhe deu toda essa identidade e disse que isso era você.

Quando você tem um partido, automaticamente você tem de ser contra os outros. Quando você tem um país, então você tem de proteger as fronteiras e fortalecer os seus mecanismos de defesa. Isso é exatamente a representatividade de Ego e Egoísmo.

Espero ter me feito entender.

Abraços, amigo.

Edson Carmo

Eduardo Medeiros disse...

Oi Edson

Eu entendi o que você disse sim, só não entendi então a que conceito de ego você se refere. Seria o ego conceituado por Freud? Se sim, então ego não seria a instância relacionada ao princípio de realidade? A parte mais perceptível em nós que age condicionado pelos nossos desejos mas também, limitado pela nossa autocensura? Li essas definições em um artigo de psicologia, ok?

Então, esses desejos que impulsionam o ego seriam mentira? é assim mesmo ou eu realmente não entendi o que você escreveu?

Desculpe continuar no assunto, Edson, mas é que gosto de psicologia e leio algumas coisas relacionadas de vez em quando.

Gostaria muito de ter esse dúvida sanada, ok amigo?

abraços

Edson Carmo disse...

Olá Eduardo!

Eu não gosto das definições dos outros, confio na minha própria observação e experiência.

Observe:

Depois do seu nascimento, a primeira pessoa da qual você se tornou consciente não foi de você mesmo, mas dos outros. Após o seu nascimento, primeiro você se torna consciente da sua mãe, do seu pai... Depois, pouco a pouco, de acordo com o que eles dizem ao seu respeito, você vai se tornando consciente de si mesmo.
Mas essa consciência é uma consciência refletida. Você não está consciente de quem você é. Porque você está apenas consciente do que as outras pessoas pensam a seu respeito. Se as pessoas lhe sorriem, se elas lhe elogiam: "Você é lindo” e você fica orgulhoso a respeito de si mesmo, então o ego nasce.
Na verdade você nem é bonito nem feio, mas alguém lhe fez acreditar que você é bonito, o que dá nascimento a um ser refletido – o ego. Esse não é o seu ser verdadeiro. Você não sabe quem você é; você simplesmente sabe o que os outros pensam a seu respeito. O contrário também é verdadeiro.
Depois, você terá uma idéia “própria” de si, mas isso também será um reflexo dado pela sociedade.
Somente quando o homem abandona a vaidade, o orgulho, o desejo, a imagem, as idéias... ele encontra o seu verdadeiro ser e desapega-se do ego.

O ego é apego, o ser verdadeiro é o desapego.

Espero ter feito me entender.

abraços

Edson Carmo

Eduardo Medeiros disse...

Ok, Edson, compreendi. E o seu argumento é perfeito. As conceituações são realmente limitadoras do verdadeiro eu.

Só uma observação: Eu também procuro construir o meu pensamento, mas de maneira nenhuma desprezo o que os outros já pensaram e escreveram, por isso mesmo, estou sempre aqui lendo o que você pensa.(não leia isso como um insulto, por favor, ok?)

Um grande abraço, amigo

Edson Carmo disse...

Querido Eduardo,

Fica tranqüilo e a vontade para qualquer abordagem, somos irmãos. Obrigado!

Um grande abraço, amigo.

Edson Carmo

*Bela Poeta disse...

Olá Edson! Estava passando por alguns blogs que me seguem e, por sorte, parei aqui. Gostei muito deste texto. De fato, bastante reflexivo. No amor realmente não pode haver espaço para o ego. Porque quando alguém tem um relacionamento só para potencializar seu ego, esta pessoa é a mais vazia que existe e quer, a todo custo, sugar todo seu amor para se sentir melhor, superior. O amor verdadeiro não está em possuir o outro e sim, como vc disse, se desapegar de tudo para o viver na realidade.
Meu blog aguarda uma visita sua.
Att,
Vanessa Pompeu.

Edson Carmo disse...

Vanessa Pompeu,

Ótima observação. Obrigado por sua colaboração.

Edson Carmo