segunda-feira, 15 de setembro de 2008

O AMOR NÃO ACONTECE NO CORPO, E SIM NA ALMA


A maioria das pessoas pensam que amor tem a ver com o corpo, e nem desconfiam que o âmbito do verdadeiro amor é a alma. Sem alma tem-se apenas um encontro de corpos físicos. Qual o prazer que há nisto? O amor não é simplesmente um encontro de corpos, mas a transcendência dos corpos, a experiência do encontro de uma alma com outra.
Perceba: aquilo que as pessoas chamam de amor não é mais que uma massagem ou ginástica de corpos. Eu sei que o corpo é importante, porque é pelo corpo que a alma experimenta sua fusão mais profunda (...). Os nossos sentidos táteis, olfativos, visuais, auditivos, e sensoriais, são instrumentos da alma. Eu vejo, eu cheiro, eu ouço, eu toco, mas é com a alma que sinto... daí a plenitude desses sentidos se expressarem como nunca, quando pratico o amor.
O amor é a alma em deleite, experimentando todo o seu poder de ser alma. A experiência do genuíno prazer é sempre uma experiência da alma. Pessoas podem ser frias numa relação, e quentes numa outra. Nada mudou em suas constituições, mas tudo mudou quando a alma, enfim, teve sua chance de experimentar dela mesma no corpo e na alma de alguém.
Sem a alma, tem-se apenas a mecânica do sexo, nada além disso. Quem conheceu a alma de um outro pela via do amor, sabe que através do sexo todas as tentativas morrerão no dolorido e constante processo de frustração – o que mergulha a alma na angustia e até no nojo. E isto nada tem a ver com a “nova pessoa” que está “fora de nós”, mas com a anterior, que nunca se foi, que nunca saiu de nós, pois nunca sairá, visto que depois de ter havido o encontro, ela passa a viver como realidade psicológica no ser daquele que um dia a trouxe para “dentro” de si.
Quando uma pessoa ama, por mais que a vida a separe do objeto do seu amor, ela nunca mais estará só, pois o outro estará nela para sempre. Essa é a dor desgraçada que experimenta a alma que já não pode abraçar com o corpo o ente que nunca deixará de estar abraçado com ela.

Edson Carmo

Um comentário:

Unknown disse...

To com saudades de suas palavras