domingo, 12 de outubro de 2008

PERDENDO A SI MESMO


Não abro mão de ser quem sou! Quem quiser fazer de sua vida um fenômeno mimético, que faça. É certo que a natureza não nos deu o poder do mimetismo; é por isso que criamos as máscaras. A máscara é o escudo no qual escondemo-nos de nós mesmos e também das outras pessoas.

Muitas pessoas querem aparecer de alguma forma, mas poucas querem ser conhecidas. É ai então que esconder-se atrás das máscaras passa a ser solução, a proteção para atividades condenáveis e viciantes. Sim, acaba virando um vício do ser, a tal ponto que sem as máscaras muitos não suportam e morrem. Assim, para a maioria, sem o personagem, acaba a pessoa. Talvez esta seja a razão pela qual as pessoas não conheçam a si mesmas, já que tudo que sabem de si não passa de uma ilusões, uma fantasia.

As pessoas não sabem quem são, embora saibam qual deve ser o seu papel, a sua imagem, a sua máscara. É, temos de admitir que muita gente desenvolveu a capacidade de transformismo, tal qual a dos camaleões miméticos. Mas é bom lembrar que quando a vida se transforma “nisto”, viver passa a ser nada além de NADA, nada além de MENTIRA.

No mundo, as pessoas vivem de imagens, de máscaras, e também se alimentam delas. Mas no dia em que as máscaras são tiradas, muitos não conseguem mais viver, pois neles não há uma vida própria e sim apenas um personagem fabricado para consumo no Baile de Fantasias que é a vida da maioria. Quem vive nesse Baile de Fantasias não tem idéia do que faz de mal à sua própria alma. Não existe droga mais viciante do que a força compulsiva da “máscara”. Aquele que se faz um com a mascara, faz-se um com o NADA.

Pobre do auto-enganado que pensa ser algo através das máscaras! Quem vive de máscara perde a coisa mais sagrada e preciosa de um ser humano – o poder de ser realmente ele mesmo.

Edson Carmo


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